domingo, 2 de junho de 2013

Conversas a meio da noite

Quem bem me conhece sabe que durmo a maior parte das vezes profundamente, num estado tal de descolamento da realidade nos momentos que seguem o dito acordar. Mas há noites ímpares de sono leve que tenho a impressão de serem menos recuperadoras. Se calhar deve ser assim que dormem os pais preocupados. Desta vez com as alergias dele, despertava cada vez que se assoava. Ou estaria preocupada com os meus sonhos de negócios e os altos e baixos do meu pai? Ou ansiosa com o tempo que falta para as próximas férias? Ou que não tivesse posto bem o despertador? Não sei. Mas lembro-me com uma nitidez absurda.

- Então, não dormes?!
- "Por períodos". (E lembro-me de pensar - sim, a meio do meu sono - porquê que ele me responde com este paleio profissional dos seus "rapports cliniques"?)
- Queres que te vá buscar o aerius?
- Não, obrigada, não faz nada. Dorme amor, não te preocupes.
- De certeza? Que horas são?
- De certeza, já são 5:30!
- Então estou a dormir, até já.
- Até já.


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