quarta-feira, 19 de setembro de 2012

Regressei há uma semana para a Suiça. De todos os dias das férias aproveitei muito em todos os sentidos -  cumpri a minha lista de visitas, tarefas, mimos a dar, compras a fazer, coisas a comer, cozinhar, etc. Se soube bem e recuperei baterias? Sim, ajudou-me muito a regressar. Se chegou? Nunca chega. Acho que nem chego a aproveitar a 100% todos os sentimentos só de pensar que em poucos dias vão ficar sem o que me faz usufruir deles. Isto só vem dar razão à velha máxima de que só damos valor quando perdemos as coisas. No meu caso [que sempre dei muito valor à família, amigos e à vida que deixei em pausa em Portugal] posso transformá-la um pouco - passei a dar ainda mais valor ao tudo que lá ficou.

Mas não gosto de dramatizar, de falar como se me lamuriasse da minha decisão, de não aceitar que será assim. Faço tudo o que posso para levar esta distância na melhor das descontracções possíveis. Possíveis, sim. Evito pensar durante muito tempo e de forma focada nas minhas pessoas do coração, evito contar o tempo que já passou ou o que falta. Evito pensar que vou perder momentos que não se vão repetir, que não vou puder estar presente quando precisarem de mim ou precisar deles. Mas foi isto que eu escolhi, tenho as minhas razões, custe o que custar é porque acho que vai valer a pena. Bem sei que também dói a quem ficou, é o peso do amor verdadeiro. Há quem compreenda e apoie, outros assim assim. Cada qual sente à sua maneira.

Às vezes só queria poder falar abertamente com alguém sobre os prós e os contras, expor os meus motivos sobre o que faria falta se estivesse a viver em Portugal e o que me faz falta aqui. Com o meu Mariazito não pois sendo como é, bem mais "despegado", sinto que não me compreenderia totalmente. Com as pessoas do coração também não (à excepção de 2 ou 3) - com a vontade de me terem lá, sinto que também não compreenderiam totalmente.

Assim, vou escrevendo por aqui.

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